domingo, março 26, 2017

O topo da Montanha


Ontem tive o privilégio de assistir a essa peça linda no Teatro Municipal de Uberlândia e aqui parabenizo os atores Tais Araújo e Lázaro Ramos por fazer com que eu refletisse o tempo todo, tivesse um ato de empatia com todas as situações relatadas na peça e os olhos cheios de lágrimas ao fim!
A boa notícia é que hoje ainda tem outra sessão, ou seja, vocês podem sim assisti-lá, só não sei se ainda tem ingressos disponíveis, porque ontem a sessão estava LOTADA.
É muito legal ter uma peça centrada em discussões e temas relevantes, em mostrar o quando historicamente os negros foram expostos a situações desumanas, preconceitos irracionais, discriminações que permanecem até os dias atuais por aqueles que negam uma coisa muito obvia: o fato de que somos todos iguais.
A peça nos chama a atenção e quebra os estereótipos construídos ao longo da história pela sociedade. Até me lembrou um pouco o livro A cabana, pela quebra desse paradigma estigmatizado ao qual acreditamos ser o correto, por nos ser imposto ao longo da vida.
Praticamente o tempo todo, você é convidado a sair da sua zona de conforto e ver além das aparências, se despir do preconceito velado, que infelizmente existe até hoje. Na faculdade eu desenvolvo um projeto que propõe avaliar o conhecimento das competências étnico-raciais e culturais entre os estudantes de Medicina. E como que eu me deparo? Com o fato de que a maioria dos futuros médicos não dão a mínima importância para o tema, é como se eles deslegitimassem a luta dos negros, índios, estrangeiros e refugiados e não levassem em conta todo o contexto socio, cultural e econômico no atendimento médico.
O SUS soltou recentemente um dado de que a mulher negra permanece no consultório médico cerca de 3 minutos a menos que uma mulher branca. E qual a razão disso? A discriminação que, apesar da luta de vários que pagaram inclusive com suas vidas e a vida de pessoas de sua família, ainda permanece na sociedade.

Vamos pensar que somos todos iguais, independente da sua cor de pele, seu gênero, sua religião, suas escolhas pessoais ou sua profissão. Gandhi já dizia “ Seja a Mudança que você deseja ser no mundo”, então vamos começar por nossas atitudes, nossa reflexão, pois é nela que começa a mudança. Termino por fim, com uma frase de Martin Luther King, que celebremente ilustra um pouco como deveríamos ser “Eu decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo muito grande para se carregar.” 

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