Ontem tive o privilégio de assistir a essa peça linda no
Teatro Municipal de Uberlândia e aqui parabenizo os atores Tais Araújo e Lázaro Ramos por fazer com que eu refletisse o tempo todo, tivesse um ato de
empatia com todas as situações relatadas na peça e os olhos cheios de lágrimas
ao fim!
A boa notícia é que hoje ainda tem outra sessão, ou seja,
vocês podem sim assisti-lá, só não sei se ainda tem ingressos disponíveis,
porque ontem a sessão estava LOTADA.
É muito legal ter uma peça centrada em discussões e temas
relevantes, em mostrar o quando historicamente os negros foram expostos a
situações desumanas, preconceitos irracionais, discriminações que permanecem
até os dias atuais por aqueles que negam uma coisa muito obvia: o fato de que
somos todos iguais.
A peça nos chama a atenção e quebra os estereótipos construídos
ao longo da história pela sociedade. Até me lembrou um pouco o livro A cabana,
pela quebra desse paradigma estigmatizado ao qual acreditamos ser o correto,
por nos ser imposto ao longo da vida.
Praticamente o tempo todo, você é convidado a sair da sua
zona de conforto e ver além das aparências, se despir do preconceito velado,
que infelizmente existe até hoje. Na faculdade eu desenvolvo um projeto que
propõe avaliar o conhecimento das competências étnico-raciais e culturais entre
os estudantes de Medicina. E como que eu me deparo? Com o fato de que a maioria
dos futuros médicos não dão a mínima importância para o tema, é como se eles
deslegitimassem a luta dos negros, índios, estrangeiros e refugiados e não
levassem em conta todo o contexto socio, cultural e econômico no atendimento
médico.
O SUS soltou recentemente um dado de que a mulher negra
permanece no consultório médico cerca de 3 minutos a menos que uma mulher
branca. E qual a razão disso? A discriminação que, apesar da luta de vários que
pagaram inclusive com suas vidas e a vida de pessoas de sua família, ainda
permanece na sociedade.
Vamos pensar que somos todos iguais, independente da sua cor
de pele, seu gênero, sua religião, suas escolhas pessoais ou sua profissão. Gandhi
já dizia “ Seja a Mudança que você deseja ser no mundo”, então vamos começar
por nossas atitudes, nossa reflexão, pois é nela que começa a mudança. Termino
por fim, com uma frase de Martin Luther King, que celebremente ilustra um pouco
como deveríamos ser “Eu decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo muito grande
para se carregar.”
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